Jamais.
Cruzei a porta.
Em silêncio.
Com passos contados.
Desci as escadas
Como um soldado
que ruma para o fuzilamento.
O amor acabou.
As lágrimas secaram.
Não há mais esperanças.
Tudo feneceu
Como o pólen que não germinou.
Atravessei a rua.
Peguei um táxi.
O amarelo gritava em meus olhos.
O coração em taquicardia.
Falei ao motorista: Piedade, por favor.
E, aí ele sorriu.
E, respondeu que o aplicativo
já tinha informado...
Não precisamos mais de palavras.
Comunicação é despicienda.
Bastam os aplicativos.
A inteligência artificial.
A Alexa me esperando ressuscitar
em minha humanidade patológica.
No futuro, tudo será automático.
Amar. Desamar.
Querer. Não querer...
E, diante tanta tecnologia.
O vetusto romance
viverá jamais.
Mentira.
Somos todos teimosos.