O vento me ensinou a ser livre
A sussurar segredos incompreensíveis.
A passar por entre folhas, árvores e abismos.
E, permanecer potente.
O vento me ensinou a perseguir
caminhos desconhecidos.
A entrar e sair...
de todos os lugares.
Até da alma.
Com a primavera, aprendi com o pólen,
disseminar a vida.
Com o verão, aprendi com o sol,
iluminar a vida e aquecer desejos.
Com o outono, aprendi sobre o
poder da transição...
E, finalmente, com inverno
saboriei a reflexão sobre todos os ciclos.
E, no torvelhinho
continuar a ser humano,
ser vento,
ser flor,
ser folha,
ser pedra
e, ser o frio a imantar
toda a saudade.
E todos os anos,
apesar de ciclos iguais,
vieram aprendizados diferentes.
A alma ampliou...
os olhos passaram a enxergar
e, as mãos não desistiram de
continuar a construir
um dia de cada vez.
Uma palavra por cada semântica,
uma poesia por cada estação...
para coroar a existência,
para recolher vestígios e, enfim,
cultivar sobretudo o coração.
Humanizamos o vento
e aprendemos com as tempestades.