Vai-se a folha amarelada voando
ao sabor do vento.
Sussurrando o outono
em nossa alma.
Vai-se mais uma folha
que crepita ao som dos pássaros.
A gralha furiosa pia.
Reclama da bagunça.
E, o gato matreiro desfila
sua languidez impassível.
Mais um vento desarruma o cenário
Depois, o silêncio.
O ruído discreto o curió.
O papagaio a reclamar da vida.
E, o ser humano se sentindo
o centro do universo.
Ledo engano.
O outono é cíclico e provisório.
O humano é efêmero e peremptório.
Da janela, a ótica parece simples.
Da alma, a lógica parece complexa.
Labirintos, abismos num só infinito.
O tempo e suas lições.
E, as folhas ainda amarelando a memória.