Dias de lucidez.
A pobre alma humana vacila e oscila entre a ilusão de poder ilimitado e o sentimento de profunda impotência. Vangloriamo-nos por civilizar continentes inteiros e por desbravar mares a dentro, perfurar montanhas e, ainda, por sobrevoar as nuvens. E, somos a um só empo impotentes e escravos. Enfim, nunca subimos tão alto e nunca descemos tão fundo. A era das massas persiste em uniformizar, homogeneizar e, assim, o homem se transforma apenas em números que regem tudo, possuímos recorde de mortalidade. Mas, a massa quer comida, abrigo, roupa, emprego e diversão. Não bastam as forças da natureza. É preciso organizar, racionalizar e, principalmente, invisibilizar a miséria que tanto nos envergonha. Enfim, somos todos senão meras engrenagens de uma máquina gigantesca e nesse potente rolo compressor, vivemos sem compaixão que nos pisoteia para fora e nos deixa como inválidos à beira da estrada da vida. E, vagamos do berço ao sepulcro de forma organizada e burocrática. Os homens de todos os povos e regiões vão ficando cada vez mais semelhantes uns aos outros. E, as mulheres vestem o uniforme da última moda e os homens o traje ditado pelo último consenso. Enfim, não gostei.
Tema escolhido: Não gostei