Procurei em outras bocas
as palavras certas
que tanto queria ouvir...
Procurei em outros corpos
a alma que me confortasse
Procurei em outras primaveras
aquela flor que somente você
poderia me dar...
Veio o inverno
E, frio dominou a paisagem
O vento assobiava mensagens
Enigmáticas.
Procurei em seus olhos
a luz que me faltava...
um lampejo sequer de
iluminação...
Mas, não ouvi as palavras
Não senti o conforto que ansiava
Não achei a flor que me deste.
E, em silêncio, diante
do enigma frio.
Havia luzes mágicas.
Criptografei um poema.
Dobrei-o feito origami.
E, ao final, coloquei-o
a voar na plenitude
dos desertos.
Encontrei a palavra.
Encontrei o corpo.
Encontrei a flor.
E, o frio que reinava
aquecia meus pensamentos
que bebericavam conhaque
misturado com chocolate.
Tudo era só encontrar o
silêncio certo.
Ao final, era tudo que
poderia sentir...
um poema criptografado.