Qualquer amor vale a pena. Amor verdadeiro. Amor teatral. Amor falso ou charlatão. Amor ao ego. Amor ao desconhecido. Amor ao vento sombrio que assobia maus presságios. Amor de infância. Amor de adolescência. Amor maduro ou provecto. Amor impossível. Amor tentado e falhado. O amor manco que cai na esquina. O amor certeiro que transpassa a alma e finca-se no espírito. Todo ser humano deve ser tocado com amor. Só o amor é capaz de preservar a dignidade. É capaz de inspirar empatia. De comungar sentimentos e mazelas. E, ainda, até o mais reles amor é capaz de ser edificante e salvar vidas. E, salvar o mundo, da bestialidade odienta de ser desprezado, negligenciado, abandonado e, esquecido. Qualquer amor é capaz curar a sensação de não-pertencimento. Pois estamos todos, quer queiramos ou não, no mesmo planeta, no mesmo instante, no mesmo multiverso. Pode ser traduzido em qualquer idioma. Para ouvintes ou surdos. Para videntes ou cegos. O que importa, no fundo, é que ainda exista a capacidade de sentir... e de doar-se como não houvesse amanhã. O resto, é apenas o silêncio do orvalho que coroa a primavera de gotas mágicas e distribui generosamente o perfume das flores.