Data
Dia, mês e ano.
Hora, minuto e segundo.
O dia de hoje.
O dia da vitória.
O dia da superação
e a modernidade líquida
a nos afogar no mar de incertezas.
Não há mais nada para durar.
Não há nada mais definitivo.
Tudo é volátil
Tudo muda o tempo todo!
A tríade oscila em velocidade dinâmica.
Opiniões que mudam.
Descobertas que nos transtornam.
O determinismo genético.
O determinismo histórico.
Como poderemos ser livres?
Não há nada para se resgatar.
O passado é uma lama infecta.
O presente desfila em decadência.
E, o futuro é abismo profundo.
Quem sobreviverá?
Data.
Dia, mês e ano.
Galáxia, planeta e país.
A tríade nos persegue.
Até na fé.
Até o fim.
Seres indeterminados
determinados por todas suas circunstâncias.
A que horas haverá a rendenção?
A que horas todas as bençãos serão derramadas?
A que horas a despedida da vida será um
recomeço?
Perguntas respondidas pelo silêncio.
Sob a gramática do vento.
Sob a ortografia do ego.
E, na sintaxe do pós-modernismo.