O rei está nu, despido de sua majestade. É um homem como qualquer outro. Frágil mamífero imaturo estruturado sobre ossos e carne. Da lactação até a senectude, o tempo implacável o diminui e depaupera. Envelhecido o rei, morre em silêncio na história. Seus feitos vão para os livros e registros, sua nobreza para a linhagem e sucessores que ocuparão ávidos o trono. E, os seus desejos, vão para onde?
O rei está nu perante seus súditos e sua consciência. Imantado por sua humanidade. Decorado por mesuras e gentilezas e, por fim, sepultado com toda pompa e circunstância. O luto real. A luta verídica e fatal. E, a decência de ser homem ímpar em sua essencialidade. O homem está nu e, em sua nudez ele é real. Nas costuras invisíveis do contexto que compõem o vasto manto da realidade onde escondemos fatos, versões e verdades. Existem mais versões do que verdades. E, poucos são os atentos olhos para enxergarem...