Consciência & atenção.
Em nosso país, diariamente somos assombrados com as manchetes que anunciam o crescimento desenfreado da criminalidade, violência e fome. Com a pandemia de coronavírus deu-se a majoração do desemprego, corrupção e a vitimização crassa de crianças e adolescentes, principalmente em razão do franco empobrecimento generalizado. A tragédia dos Yanomamis produzida pelo garimpo e pela degradação da floresta amazônica traz à baila nos fragilidades mais iminentes. O sistemático atentado ao ecossistema e a saúde de todos é apreciado de camarote seja pelos políticos brasileiros, pela elite e, mesmo, pelos segmentos que por lei e dever deveriam proteger e não devastar. Nesse sinistro caldeirão de evidências se aprumam bizarras simplificações ideológicas que apenas se preocupam em construir maior número de hospitais bem como defendem a redução da idade para a responsabilização criminal. Ademais, apesar de não expressamente positivada no país, a pena de morte dizima com eficiência porém, sem ser eficaz. A penúria contemporânea nos questiona: afinal, o que é necessário para a sobrevivência no mundo atual? Não basta denunciar as tragédias que nos cercam, precisamos criticar e ultrapassar a perspectiva predatória da espécie humana. Precisamos da produção imaginária, da cultura, da educação e de cuidar da psiquê individual e coletiva. Sem utopias, só restaria o espaço para o sofrimento, desespero e angústia. Por isso, é imperioso construir a ética pautada na empatia e na esperança. Para que a existência humana faça sentido e, tenhamos um futuro promissor. Precisamos investir no ser humano, na sua formação e no envolvimento de tudo que diga respeito a ele. Sobreviver exige apurada consciência e atenção.