Didática da vida. BVIW
Em verdade, o amor não termina... Restam primaveras eternas e tórridos verões. Há um suspiro guardado no fundo do peito. Saudade das carícias, das palavras e do corpo que agitava uma alma inquieta. Quando tudo termina... os encontros cessam e, o contato visual ou físico inexistem. Sobra tanta coisa registrada e arquivada na memória. São cicatrizes deixadas na alma de emoções fortes que já passaram e não voltarão mais... O rapaz já namorava a adorável moça há bom tempo e, de repente a mãe da moça fora acometida de um surto esquizofrênico, e a loucura fez morada naquela criatura que então passou por um internação psiquiátrica forçada. O rapaz passado alguns dias, desfez o noivado. Desfez todas as juras de amor melodiosas. No fundo, ele temia pela genética de futuros filhos e herdeiros. Ele que era vaidoso por sua aparência, opulência e saúde. Anos passaram em marcha reta e constante. Reencontraram-se no fórum da capital. Ele trajando um bonito terno azul distinto e, ela, num tailleur bege com detalhes em rosa. Cumprimentaram-se, solenemente e, continuaram suas vidas no infinito corredor da Justiça. Soube-se apenas. que sua única filha possuía deficiência mental e, ele sofria, demasiadamente, por tanto cuidado que a pobre criatura inspirava. Parece até que a genética rabugenta, ficou à espreita só para lhe dar uma rasteira. A vida em seus paradoxos pode ser mais didática que as aulas de Tia Carmen.