No silêncio, a dor passa desnuda.
Sem roupas, sem sapatos. Mas, não é imperceptível.
No silêncio das palavras,
a semântica se suicida diante do abismo do tempo.
Infalível.
A dor alheia reverbera nas coisas.
As lágrimas migram
e, se transformam em orvalhos matutinos.
As rosas que secaram,
homenagearam uma primavera vencida.
Escrutínios.
O vento passa em silêncio, mas assobia.
A melodia de folhas e do esquecimento.
Chora-se copiosamente ao cair da tarde.
E, cada raio poente, se despede em sangue,
alaranjando o horizonte.
E, tudo arde.
Silêncio. A palavra volta para o ventre da alma.
A fonética volta para a garganta.
E, nas cordas vocais, se enforca...
por saber que ao dizer, tudo acabou.
A culpa é da vodka.
Não há página.
Não há reticências
Nem esperança.
Apenas o silêncio.
No fim, tudo é silêncio.
Talvez isso decifre a esfinge.