Esperei o sol, não veio.
Mais um dia nublado.
Promessa de água.
Espera-se a redenção.
Sede de justiça.
Sede de razão.
Esperei o sol.
Veio tímido e desculpando
da tardança.
O agora é tão fugidio.
Momento que dura menos de um segundo.
E, tudo que resta é
a esperança.
E, o sol tardio.
Luz difusa de ideias paradoxais.
Censura de um mundo imundo.
Velas acesas como numa procissão.
Ideias marcham em silêncio de monastério.
Rezam em línguas antigas.
Invocam mitos e lendas.
E, perpetuam o mistério.
Da essência humana.
Esperamos a luz.
Mas, ela mora em nosso coração.
Esperamos a razão.
E, ela brota do chão
como se fossem mágica.
O tempo semeia tudo.
Até o improvável.