Aquele amor profundo
Tão profundo que chega a doer.
A alma repousa sobre o corpo
Retorcida em seus dramas.
O silêncio lhe chama.
O vento lhe acaricia.
As flores lá fora são para enfeitar
sua manhã...
Lá fora, os orvalhos
são lágrimas não choradas
Numa primavera platônica.
Não bastava o corpo.
O extase de encontrar-te.
Não bastava a loucura
de não ver o tempo
a nos envelhecer,
a fenecer uma existência,
uma essência...
a se perder no oceano das paixões.
Durante a insônia
os umbrais das sombras
que transmutam a madrugada
em alvorecer.
Nas tempestades das monções.
E, na claridade,
o escuro de teus olhos
irá iluminar meu momento.
E, então ver será enxergar.
Aquele amor profundo
esquadrinhado em giz
no quadro negro da memória.
Deveria bastar.