"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


Maria Rita casou-se com fidalgo português rico, Dom Ranulfo, mas a história de sua abastada família era o mais completo mistério. Sabia-se que não havia os sogros posto que falecidos. E, quanto à sua única irmã chamada Isabela Catarina vigia um sigilo total. O povo costumava dizer quer era um segredo debaixo de “sete chaves”, mas em verdade era apenas quatro chaves. As arcas de segredo eram destinadas a guardar documentos, joias e relíquias desde o século XIII. Em Portugal, eram feitas de madeira sólida e competia a um alto funcionário do Reino e, às vezes, até o próprio Rei a quem pertencia os chaveiros. Só seria possível abrir a misteriosa arca com a presença simultânea dos quadro claviculários.  Maria sempre ousada, numa manhã perguntou a Ranulfo: - Então, senhor meu esposo, por que o  povo fala em sete chaves? Ranulfo, com ar de mestre barroco respondeu-lhe:- Sete é um velho número cabalístico e sempre seduziu a imaginação popular e tão presente na hidra de sete cabeças, na serpente de sete línguas e, ainda, na bota sete léguas.

Este misticismo originou-se nas religiões primitivas babilônicas e egípcias que cultuavam os sete planetas conhecidos na época. Maria, atenta, atalhou: - que fim levou Isabela Catarina? Ranulfo fechou o esgar, resmungou algo ininteligível e, saiu sem responder.  O segredo permaneceu. Trancafiado sob fonemas incompreensíveis.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/11/2022
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