Muitos escritores começaram sua carreira justamente escrevendo uma crônica que se notabiliza por ser um texto mais curto e simples de se concluir. Em verdade, se trata de gênero textual híbrido que contem elementos literários e jornalísticos e, surgiu propriamente nos folhetins do século XIX em França e, ganhou forma no nosso país, evoluindo por trazer informações apesar de conter expressão artística. Tanto que as crônicas se fazem presentes nos jornais relatando os fatos e interpretando a realidade. Crônica é palavra que vem do grego chronos que significa tempo, por isso seu conteúdo é sempre contemporâneo. A crônica reflete a personalidade e a ótica do cronista, pode ser cômica, dramática ou até mesclar tendências tragicômicas. Traz a visão, opinião e revela a identidade da realidade temporal e espacial. As crônicas podem ser: jornalísticas, filosóficas, humorísticas, líricas e ensaios quando critica as relações de poder e os manejos sociais e econômicos de forma irônica. Devem ser curtas e portar linguagem mais coloquial. Deve-se definir o tema da crônica, em seguida, expressar sua opinião e justificá-la. Alguns teóricos defende que há uma postura crítica e a experiência do autor. Importante respeitar o tamanho pois são textos curtos a narra fatos cotidianos de forma rápida e leve. Seja econômico nas palavras e, aborte a ideia de ser descritivo em demasia. Seja direto e pungente. Entre os cronistas brasileiros temos: Machado de Assis (Bruxo do Cosme Velho) com sua fina ironia, Lima Barreto, João do Rio, Cecília Meireles, Rubem Braga, Nelson Rodrigues, Clarice Lispector e o notável Carlos Drummond de Andrade. Os bons cronistas conseguem enxergar o cotidiano, ler vidas e almas, e captar na realidade os sintomas e causas assumindo uma forma leve e até humorística de abordá-la. Veja a fatídica frase de Nelson Rodrigues: "A maioria das pessoas imagina que o importante, no diálogo, é a palavra. Engano: o importante é a pausa. É na pausa que duas pessoas se entendem e entram em comunhão".