"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


O conto é narração de uma estória ou história existente em universo peculiar composto de seres e acontecimentos. Apresenta narrador, cenário, enredo e tem estrutura própria. Há vários subtipos temáticos. Herdamos os contos que tiveram início há muitos séculos, juntos de povos antigos como os gregos, romanos e egípcios. Inicialmente o conto era feito de forma oral e existe uma expressão "Quem conta um conto, aumenta um ponto". Pois cada narrador traz uma pequena alteração ao narrar.

Para citar contos famosos, temos "Simbad, o Marujo", "Ali Babá e os quarenta ladrões", "Aladim e a Lâmpada mágica" que são contos de um compilado chamado "As Mil e uma noites", de origem persa. E, surgiu a partir de um caso da princesa Sherazade que conseguiu domar o Califa furioso, ao contar-lhe histórias todas as noites.

Outros grandes autores como Edgar Allan Poe, Leon Tolstoi que produziram diferentes tipos de contos, uns mais sombrios e psicológicos outros, mais fantasiosos. Outros importantes contias foi Perrault que criou o famoso "O gato de botas", "Cinderela" e "O Soldadinho de chumbo" e, etc. Entre os brasileiros há gigantes como Machado de Assis, Eça de Queirós, Aluísio de Azevedo, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Monteiro Lobato e Luís Fernando Veríssimo. Basicamente o conto é organizado e dividido em quatro momentos, a saber:
introdução, desenvolvimento, clímax (ápice da tensão), o desfecho e conclusão.

Há também outros elementos que compõem toda narrativa e, são: o narrador e foco narrativo, os personagens, conflito, tempo, espaço e enredo único. Na introdução dá-se
a apresentação dos personagens e da situação. Descobre-se o contexto, o local e o tempo onde se passam os fatos narrados.

No desenvolvimento é onde surgem os conflitos e as ações modificam a situação inicial, cria-se uma situação-problema, eis que surge um plano e o objetivo da trama. Em seguida, vem o clímax que é o momento de maior tensão, eis que é o auge das ações e definirão o rumo final do conto. O desfecho é o momento final onde o problema foi resolvido ou não e, então, restou a conformidade com a situação atual. No desfecho poderá surgir a nostalgia e nos despedimos da história.

Há vários tipos de narrador, observador que está fora da história e, apenas enxerga o momento, e, não sabe o que se passa na cabeça dos personagens e, nem como será o futuro ou como foi o passado. É possível haver o foco narrativo em terceira pessoa, num discurso indireto, a não ser que existam diálogos (discurso direto). O narrador onisciente que sabe de tudo, porém, não participa da história e poderá contar os sentimentos de cada personagem e, ainda conta sobre o passado e o futuro. 

No conto, as personagens poderão ser humanas tanto como outros seres, animais, plantas e até objetos personificados. Os personagens podem ser enquadrados em três categorias, a saber: o protagonista que sempre está no centro da narração; antagonista que é quem sempre se opõe ao principal personagem e, ainda, o coadjuvante que é secundário na narrativa.

O conflito, como o próprio nome aponta, é a situação-problema vivenciada pelas personagens, faz com que outras ações sejam tomadas. Ele é gerado por uma das ações principais e costuma ser algo negativo a ser evitado ou combatido, pode ser algo curioso a ser solucionado ou algo bom a ser conquistado.

Nos contos, costuma haver apenas um conflito único visto que a narrativa é curta. Os conflitos são a essência das histórias, são importantes, pois uma narrativa sem nenhuma tensão significa uma rotina tediosa que se arrasta sem jamais ir a lugar algum. É um confronto entre duas forças opositoras que cria um fio narrativo em uma história. Há o conflito externo é aquele mais comum, vem diretamente do mundo externo.
Pode existir um vilão que persegue o protagonista e, um obstáculo que atrapalha o relacionamento, que precisa ser destruído ou mistério a ser resolvido, ou enigma a ser decifrado. O conflito interno vive dentro do personagem, onde o protagonista precisa lutar incessantemente contra seus próprios demônios, enfrentando conflitos psicológicos e emocionais dentro de si. A depressão, vícios e outros transtornos mentais são temas constantes e, podem acarretar insegurança, a ansiedade e o estresse também são outros exemplos de conflitos internos. Esse conflito criado não deve ser solucionado nem antes, nem depois do desfecho quando supera-se o embate e traz uma mensagem final.

Alguns estudiosos defendem a utilização de “história” para narrar fatos reais e documentados, que digam respeito ao passado da humanidade. Em contrapartida, o termo “estória” deveria ser usado para a narração de ficção e fatos imaginários.
Uma história serve para narrar acontecimentos reais. A propósito, a história de nosso país é pródiga de vários episódios interessantes. Atualmente, pode-se utilizar a palavra história tanto para narrativas ficcionais quanto para as de fatos reais. E, a medida foi reconhecida em 1943 pela Academia Brasileira de Letras. A estória é utilizada como sinônimo de narrativas ficcionais. A palavra estória é considerada um arcaísmo, isto é, sendo muito antiga e antiquada. Não é, atualmente, tão comum.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/10/2022
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