Amei, senhor.
Amei sozinha.
Amei calada.
Em silêncio.
Durante a meditação.
Quando acendi a vela.
Quando queimei incensos.
Amei, senhor.
Como qualquer criatura.
Num vasto planeta.
Nos desertos desafiadores.
Nas primaveras de espinhos.
E, também nos invernos de avalanches.
Só no outono quando o bailado da
folha me enfeitiçou definitivamente.
Entendi, que amar é libertação.
Não é das amarras.
Não é da âncora.
Nem do grilhão.
Amar é ser livre.
É doação.
Sem nada desejar,
senão, apenas, amar e esquecer-se.