São vassalos indo de porta em porta.
Seja sob o sol ou chuva, não importa.
E, no silêncio pedinte.
Suplicam por atenção.
São olhos mendigos.
Lágrimas bastardas.
E, uma fome de afeto
tridimensional...
Clamam, sofrem e falam
de ausências...
De lacunas como chagas
Feridas que não saram
nem cicatrizam.
Pode alguém, só sentir dor?
Fecho os olhos.
E, em sua ladainha
vejo todo torvelinho...
A crueldade da indiferença.
O desdém dos nobres.
E, dos ricos.
Que esbanjam a preciosa
misericórdia.
Minha cabeça pousa na consciência
Que latente confessa culpa.
Meu corpo pousa sobre o espírito.
Etéreo, volátil...
Que oscila entre o abstrato e concreto.
Há no espírito vestígios de animais e
infinitos.
São como vassalos sem feudo.
Sem suseranos ou mestres.
Não tinham ofício.
Não tinham pão.
Mas, eram humanos.
Sentiam fome.
Sentiam falta de teto.
Não tinham afeto.
E, eram esquecidos como se fossem
inúteis e incovenientes.
O mendigo nos lembra da vileza
do capitalismo...
do ciclo satânico da mais-valia.
E, sussuram que tudo tem um preço.
Será?