Eis a questão, é a mais célebre frase dita por Hamlet durante o monólogo da primeira cena do terceiro ato da peça Hamlet de Shakespeare. Questiona-se em viver ou morrer.
Enfim, "será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e flechas com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provocações e em luta pôr-lhes fim? Morrer... dormir: não mais...".
A existência humana é repleta de tormentos, angústias e sofrimentos e, a dúvida do príncipe da Dinamarca é se será melhor aceitar a existência como a sua dor inerente, ou então, acabar com a vida.
A vida é constante sofrimento e, a morte parece ser a solução, porém, a incerteza da morte supera os sofrimentos da vida. Em verdade, a consciência da existência humana nos acovarda até chegar o pensamento suicida, diante dela se detém o medo do que possa existir o após morte.
Enfim, o dilema de Hamlet é agravado pela possibilidade de sofrer eternas punições por ser um suicida. É questionamento existencial amplo, pois além da vida ou da morte, questiona-se a própria existência. É sobre o agir, tomar a ação e se posicionar ou não diante dos fatos e acontecimentos. Diante a hesitação, assistem escondidos toda a ação, o Rei Claudius e Polônio. A caveira que Hamlet segura é do bobo da corte Yorick, um dos mais lúcidos personagens...
Tupi or not tupi, that's the question foi a frase lançada por Oswald de Andrade em Manifesto Antropofágico em questionamento sobre a cultura brasileira e sua raiz numa sátira ao criar trocadilho com a frase anglofônica de William Shakespeare. Nesse sentido, é referido como "o trocadilho dos trocadilhos".
E, divagando sobre a morte, pensando como todos, sejam reis ou bobos da corte, que ora se tornam uma caveira e, depois, serão cinzas. Aliás, o crânio humano é constante figura nas pinturas do século XVI Vanitas, na Europa sendo uma específica natureza morta, juntamente com relógios, ampulhetas e frutas em decomposição, a mostrar a efemeridade e o vazio da vida.