A professora de francês era a senhorita ou mademoiselle Juliette, adentrou a sala de aula e, com sua inexpugnável elegancia disse com nítido sotaque parisiense:- Le mensoge n'a pas de pies, que pode ser traduzido como " a mentira tem perna curta". Ese ditado veio originalmente do grego e, alcançou diversas línguas, inclusive o português, depois de uma escala no italiano: le bugie hannon le gambe corte (as mentiras têm pernas curtas". Aliás, Deonísio Silva conta também por que a esperteza, quando é muita, vira bicho e devora o dono. Em verdade, em outras culturas, a mentira é punida com mair rigor, até mesmo na memória popular. Um dos grandes provérbios é mendax et furax (mentiroso e ladrão), dá conta de quem mente, rouba.
E, assim diversa traduções se disseminaram por muitos idiomas. Ainda no fim do século XIX, Machado de Assis publicav as Memórias Póstumas de Brás Cubas, em capítulos, na Revista brasileira, Carlo Callodi publicava da mesma forma, no Jornal das Crianças, "História de um Boneco", que correspondia ao primeiro título de "As Aventuras de Pinóquio.
Pinóquio foi inventado por Collodi, pseudônimo do jornalista e escritor italiano Carlo Lorenzi, filho de cozinheiro com dona de casa. Apesar de bem-humrado e sarcástico, possui grande interesse em temas políticos e, por essa razão, fora muito perseguido e cendurado. Pinóquio é conhecido em todo mundo, porem, à semelhança de Sherlock Holmes poucos sabem que é seu autor.
Infelizmente, o brasileiro médio lê muito pouco e, por isso, guarda com maior facilidade na memória as frases e provérbios que tenham rimas ou versos curtos. Outro ditado, vindo da terrinha ainda adverte: "A esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono". Aliás, já devorou muitos brasileiros e, continua devorando. Espera o melhor, prepara-te para o pior e aceita com o que vier.
Outro provérbio muito famoso é Bâtir des châteaux en Espagne, em tradução livre significa isso pe como construir catelos na Espanha. Significando que é como fazer algo sem qualquer fundamento ou em razão.
Esse provérbio remonta do século XIII, por ocasião das festas de fim de ano e se refere a alguém que tem sonhos irrealizáveis. No livro "Le faublas Moderne d'un Suisse", de Charles Ferdinand ou "les Aventures d'un Suisse", de Charles-Ferdinand F. Févaxali, por exemplo, o autor escreveu: "ora para lamentar nosso destino, ora para fazer projetos ridículos, ou construir castelos em Espanha, que um sopro de vento destruiu um momento depois". O motivo de ser em vão construir castelos em solo espanhol era devido a presença dos mouros durante suas incursões, e se aproveitassem para se estabelecer permanentemente. Haveria variantes como os castelos de Brie, ou mesmo o castelo da ásia, mas apenas os castelos da espanha que permaneceram em franco uso popular.
Interessante é destacar o artigo Castelos na Espanha do Pequeno Dicinário das Expressões nascidas de Gilles Henry, Tallandier, 1993. Conta-se que no século XI, Henri de Bourgogne conquistou muitos territórios infiéis, além dos Pirieus, durante as cruzadas favorecidas pelas alianças familares, a influência dos monges de Citeaux e dos papas de Borgonha. E, os cavaleiros que eram seus fiéis escudeiros foram recompensados com os bens que ele distribuiu, especialmente, os castelos, a fim de garantir segurança de novas conquisitas territoriais, as gerações seugitnes tiveram um exemplo a seguir: afinal, qual prazer era possuir um castelo na Espanha? Sendo a expressão um sinônimo de sonho, quimera ou mera utopia. De qualquer forma, ainda era considerado um projeto maravilhoso.