É verdade que a cultura popular constitui um conceito impreciso que se presta a diversas definições. Para entender
os traços que a caracterizam as diversas acepções de cultura popular, é preciso acompanhar a dinâmica da transformação dessa expressão ao longo do tempo. Pelos meados do século XIX, a ênfase da cultura popular estava associada à ascensão do nacionalismo e na formação dos Estados Modernos da Europa, fazendo parte de movimento de busca e legitimação de uma identidade nacional. Para aqueles estudiosos da cultura popular, o povo era constituído pelos camponeses, vivendo em meio rural e mais próximo à natureza, mais afastados de áreas urbanas, portanto, menos influenciados por outros valores e costumes. A despeito das diferenças existentes entre os modos de vida de pastores, lavradores, artesãos, tecelões ou mineiros, entre outos, o povo que referenciava a cultura popular era percebido como conjunto homogênero. O inglês Thoms cunhou folklore, que significa literalmente o saber do povo, em 1846, o termo parecia apropriado para englobar o material qeu era coletado na época, entendido como antiguidades populares, superstições ou curiosidades e delinear uma metodologia mais adequada para a identificação e registro desse material humano. A adaptação às circunstâncias de cada contexto é uma característica constante da transmissão da tradição. A transmissão oral acima fortes esquemas menemônicos que garante a estabilidade das estruturas musicas, plásticas e narrativas, dando margem, porém, a múltiplas variações desse esquema, em virtude dos aspectos contingentes de cada performance. Diante de tantas transformações nas concepções da cultura popular, que tangenciam folclore, cultura oral, cultura tradicional e cultura de massa , o emprego no plural "culturas populares" para percebê-las como práticas sociais e processos comunicativos híbridos e complexos que promover a integrração de múltiplos sistemas simbólicos de diversas procedência.