As gárgulas são demônios da proteção e foram utilizados nas catedrais e nos templos egípcios.
Enfim, as gárgulas protegem a edificação dos rejeitos do céu, evitando que as águas da chuva escorram em demasia pelas paredes e, também, garantem proteção simbólica. Portadoras de aspectos assustadores, representam monstros originados dos bestiários fantásticos, são misturas de animais domésticos, selvagens e, até mesmo homens.
Possuem a missão de afastar das paredes santificadas que abrigam os fiéis, os demônios e as forças do mal que nos amedrontam. Também permite, direcionar a água suja para longe das paredes, e assim tendo uma função purificadora.
Desta forma, Victor Hugo, em seu romance Notre-Dame de Paris, concedeu importante espaço de sua história, e fazem referência por sua feiura aparente e função salvadora, ao corcunda Quasímodo.
As gárgulas como elementos arquitetônicos têm suas origens na Idade Média e, a palavra advém do francês gargouille, significando gargalo ou garganta. São posicionadas próximas das calhas nas Igrejas medievais.
Há exemplos semelhantes em templos gregos, e que se assemelham ao leão ou outro animal feroz. O nomen gárgula é habitualmente atribuído à São Romanus ou São Romão. Os gregos e romanos preferiam esculpir leões ou peixes para a função de gárgula.
Suas figuras grotescas e demoníacas seguem o estilo gótico medieval, que usava e abusava de esculturas nas construções de maneira teatral, como que contando histórias. E as gárgulas, em alguma medida, inspiram os pesadelos humanos, sendo impossível não imaginar que estejam em súbito movimento vindo a abandonar a vigia para aterrorizar a noite. Por isso, passou-se acreditar que as gárgulas serviriam para igualmente afastar os maus espíritos.
É comum confundirem a gárgula com quimera, igualmente assustadoras, mas que, de pássaro não tem anda, pois a cabeça é de leão, o corpo é de bode e o traseiro é de dragão.
A quimera é figura mística caracterizada por aparência híbrida de dois ou mais animais e com a capacidade de lançar fogo pelas narinas, sendo, assim, uma fera ou besta mitológica.
É oriunda da Anatólia (Turquia) e sempre exerceu atração sobre o imaginário humano. Segunda a versão mais difundida, a quimera seria um monstruoso produto da união entre Equidna (metade mulher e serpente) e o gigantesco Tifão.
Outras lendas dizem que seria filha da Hidra de Lerna e do Leão da Nemeia, mortos por Hércules. Com a evolução, passou-se a chamar genericamente quimera a todo monstro fantástico empregado em decoração arquitetônica.
A origem da palavra quimera vem do grego khímaira, cabra de pouca idade, geralmente, imolada antes de algum combate. Foi mencionada no canto VI, versos 181 e 182 da Ilíada de Homero. Segundo Lucrécio, a quimera na frente era um leão, no meio, uma cabra e atrás uma cobra, porque o homem na juventude é selvagem tal como o leão, no meio da vida tem a agudeza de vista tal como a cabra e, no fim, enrosca-se como uma cobra.
Belerofonte foi herói da mitologia grega. Era um belo, forte e valente guerreiro, sendo considerado um semideus. Era filho de uma humana com Poseidon. Foi filho adotivo de Glauco de Corinto, sendo muito forte e destemido. Porém, ao cometer um crime, ele foge. A pedido do Rei Lobates, Belerofonte vai ao encontro da quimera com intuito de matá-la E, assim, ele atirou uma flecha no coração da quimera, que então, caiu morta.
Curiosamente, há um planeta extrassolar chamado também de Belerofonte (51 Pegasi b) e foi descoberto em 1995 por Dr. Geoffrey Marcy e Dr. Paul Butler. Situado cerca de cinquenta anos-luz da Terra na constelação de Pegasus. A eleição do nome foi promovida pela União Astronômica Internacional, foi o primeiro planeta descoberto orbitando uma estrela da sequência principal. Esta descoberta do primeiro exoplaneta estabeleceu um marco na pesquisa astronômica e, desde então, mais exoplanetas nas estrelas vizinhas do Sol têm sido descobertos.