As lágrimas das nuvens
traduzem a chuva.
As lágrimas das flores
traduzem o orvalho.
As lágrimas da maresia
traduzem a ressaca.
Resgatar tantas lágrimas.
Molhar o corpo e alma.
Encharcar a essência
de pertencimento.
Aquele lugar.
Aquele tempo.
Aquela estória.
A narrativa movida por ventos uivantes.
A prosa condensada em palavras errantes.
A poesia desconfiada do horizonte.
E, a estória registrada em pele, pedras e memória.
Eis que as lágrimas das nuvens
Regam a plantação.
Eis que as lágrimas das flores,
eternizam a primavera.
Eis que as lágrimas da maresia,
traduzem caminhos pelo mar
para justamente chegar à terra.
Hoje, uma gota de lágrima
rega o momento.
A lágrima percorre o rosto,
e corrói a alma.
Que dilacerada, desidrata-se.
Jogando-se no abismo profundo
de reflexões.
Arrependimentos.
Agonias.
Estreitamentos.
Silêncio.
Carregado de semântica e
agradecimentos.
Chorar na chuva
é pleonasmo.