Tenho em mim mil almas
e um deserto inteiro.
Esforço-me para entender o mundo,
as pessoas e seus paradoxos.
Tenho em mim corações latentes,
sentimentos pungentes,
e apegos inexplicáveis
e ortodoxos.
A noção de tempo e espaço.
Que se perde no multiverso.
No mar de galáxias desconhecidas.
E, de eclipses que choram.
Lá fora, o céu abriga os sonhos.
Devaneios e esconde as bravatas.
Lá fora, o vento leva
as palavras.
Para longe ou
para ouvidos atentos.
Lá fora, a poesia dorme ao relento.
E, enfeita sua manta com as estrelas.
Lá fora, há alguma esperança.
Há alguém que não desiste.
Alguém que não se desumanizou.
Nem discrimina por motivo nenhum.
Lá fora, na linha do infinito
deixei pendurada a roupa de dormir,
ou o dom de presumir.
Que tudo pode prover um bom espírito.