A traição nos ronda por todo lado.
O silêncio cúmplice, acompanha o olhar.
Seu corpo a andar pelo caminho,
com passos firmes e eretos.
Meus pensamentos tortos e voláteis
a dissiparem na brisa de outono.
Caem as folhas, em seu criptar
chamando a primavera.
Os botões tímidos da rosa
miravam o céu
Aquele azul mentiroso
A traição nos cobiça
E nos leva para o abismo
No torvelinho das paixões
e dos ódios sempre inexplicáveis.
A carta de despedida
dobrada feito origâmi
que me fazia entristecer.
O alvorecer sangrento
a entregar-se em hemorragia
para a noite.
Onde as estrelas se entreolham
e perguntam insandecidas: Por que?
Nosso desencontro pelas vielas,
pelos becos e ruas perdidas
num mapa sem tesouro.
Agora percebo
que tudo valeu a pena.
O amor, o desamor e até o ódio.
A alegria, a tristeza e a solidão.
De tudo, tiramos uma lição:
a trair e contrair
os pulmões arfantes.
Na busca de sentidos
reticentes num dia,
num episódio.