Estava lendo "Os miseráveis" de autoria de Victor-Marie Hugo toda drama é protagonizada por Jean Valjean, que ajudava sua irmã viúva e, quando ficou desempregado, roubou desesperado um pedaço de pão para alimentar os sobrinhos. E, consequentemente, fora condenado à trabalho forçado. Depois de quase duas décadas de prisão, Jean continua a carregar a pesada marca de um passado condenável e assim, encaminhou-se aos rebeldes da Revolução Francesa. E, nesse cenário, passou a conviver com prisioneiros, militares, prostitutas, clérigos, estudantes, revolucionários e, até membros da alta sociedade e mendigos. Vivemos num cenário de intensa desigualdade social. E, fiquei a pensar nos miseráveis de nosso país tupiniquim. Infelizmente, não assisti nenhuma ideologia salvá-los, mas, apenas advogar uma legião de dogmas para cooptar adesão e voto. Fecho o livro. E, fico a pensar como a história é cíclica e como velhos problemas se apresentam com novas roupagens. A elegância indiscreta da mesma desumanização. Enfim, estamos todos na mesma barricada, muitas revoltas depois, a miséria sobrevive altaneira. Entristeço-me, minha alma já regada com lágrimas assiste ao cenário de recessão econômica e política patética. Levanto-me, abro a janela e, deparo-me com o sol a brilhar depois da tempestade. Precisamos de esperança. Eis minha vida lida e iluminada.