Você que nos trouxe a esperança de igualdade. Você que lutou com palavras e gestos e nos mostrava os caminhos da libertação. Você que enfrentou a ditadura, a censura e até a reprovação de alguns, mas não se submeteu. Não se deixou vencer. Não se deixou abater, pois tinha sempre aquele brilho poético do sol que nasce todas as manhãs.
Você que deixou um largo legado a nos recompensar pelos medos e covardias praticadas. Que quando podíamos nos manifestar, quedamos inertes e boquiabertos. Pois, os pensamentos passavam silente diante da razão. Você é eterna, não apenas porque era membro da ABL, mas porque cavou sua essência em nossa atenção e leitura. Não direi adeus, Lígia. Somente, um até logo. Daqui há pouco nos reencontraremos. Como paralelas que se encontraram no infinito para aprender todos os dias, a arte de sobreviver.