A cada ente querido que morre, nós morremos também... Fragmentos de nós vão se dispersar na poeira dos tempos. Nas memórias embaçadas de um olho míope... A cada afeto que fenece, vamos virando pedra e depois, fóssil. A indicar que por ali passou a vida. Que por ali, existiu poesia e alegria e, até tristeza e superação. Por quanto tempo iremos superar tantas perdas? Não sabemos...
No íntimo, sabemos que também estamos fenecendo e, que a única certeza que existe é a morte. É número sobre a lápide. Uma frase final.
Um símbolo fatal e, por fim, uma trajetória inscrita pelo caminho, deixando vestígios, legados e, alguma esperança... Sofremos, sucumbimos, levantamos e, por fim, sobrevivemos até que enfim, não seja mais necessário. A força mágica que vem da alma tem um colorido estranho... diria que é furta-cor... ora é azul, ora é cinza e, até lilás... mas, não deixa de indicar que somos humanos demasiadamente humanos.
Seja numa célula ou num olhar...Da poesia à práxis nossa alma prossegue ora encarnada no corpo, ora impressa no infinito do horizonte.