O esquisito
Era um sujeito abobalhado. Sua baba escorria pelos cantos da boca e, as palavras foneticamente cuspidas nos acertava como se fossem insultos. Utilizava o método ab absurdo e que nos fazia crer que era bem-intencionado, apesar de parecer demente e agressivo.
Vivíamos em estado de abalroamento social e emocional, pois sofríamos um choque violento de uma causa sólida, como a pandemia de Covid-19 e, por outro lado, a contundência do negacionismo, que replicava mantras mortíferos. Alguns, ainda dotados de resquícios de sanidade tentavam argumentar e resistir. Outros, já desvalidos, preferiam não contrariar a besta-fera.
E assim, segue o esquisito em sua saga homicida. Sem haver misericórdia ou remorso.
Suas mãos apenas gesticulavam a célebre e nefasta "arma de fogo". Acreditando que à bala se resgata a cidadania perdida e traída habitualmente pelos ardis da ideologia. E, capturada pela ambição de cada vez maior poder.
Na história do mundo sempre existiram os cruéis autoritários, os facínoras desumanos e, ainda, os indiferentes. E, aqueles que se omitem diante da opressão e, são cúmplices do opressor. Seres caricatos e torpes. Esse sujeito esquisito que nos constrange e mina nossas forças, mas a história guardará em suas páginas, seus feitos e, sua impiedade. E, o futuro o condenará não apenas ao repúdio, mas também, a mágoa daqueles poderiam ter sido ajudados e foram desrespeitados e desprezados. A história não perdoará como não perdou no passado os fascistas, os nazistas e, desumanos.