É verdade que todo mundo ama o belo. Muitos estudos científicos e acadêmicos se dedicam à beleza. Mas, os feios também merecem atenção. Durante séculos, os filósofos explicaram o belo e o feio. Houve um filósofo alemão chamado Karl Rosenkranz que publicou em 1853, um tratado sobre a feiúra e, discorreu sobre o repelente, horroroso, grotesco e até o repugnante. Até a mulher cubista de Picasso quando está chorando não nos comove. Mas, há uma beleza intrínseca incompreendível. Quando os olhos e a razão vão enfocar a mesma imagem e ter a mesma conclusão? Jamais saberemos. Rosenkranz fez analogia entre o feio e imoral, retomando a ideia do que o feio é um possível erro que o belo contém em si. Deve-se, enfim, distinguir as manifestações do feio em si (como um excremento), do feio formal, definido por ele como desequilíbrio na relação orgânica entre as partes de um todo. Enfim, o mal e a feiúra não podem existir, pois seriam um absoluto nada. Toda iconografia demoníaca disputam espaço e ocupam a imaginação de religiosos. No Velho Testamento, não faltavam demônios, mas não possuem evidência somática, conforme foi representado na Idade Média. Aliás, a indústria do cinema consagrou a beleza ariana, e todo o resto passou ser feio e mau. Assim, o mocinho de olhos azuis seduz, ao passo que o indígena de pele vermelha tem poucos amigos e causa pavor. De qualquer forma, não se pode escapar ao fascínio que os monstros e prodígios provocam. Enfim, todas as letras e escritos vão tirar férias, para descansar a semântica, desestressar a semiótica e, aprimorar a caligrafia. Afinal, beleza e feiúra são fundamentais.