Estamos pactuados. Em nosso silêncio, a semântica dos olhos substitui as palavras.
Não há fonemas, não há sílabas nem pontuação. É uma brisa linguística a passar sutilmente
entre nós.
Então, estamos pactuados em nossa amizade e cumplicidade. A solidão se transforma em solitude
e a geometria do espaço não importa. Seres que são sujeitos e derrogam o
espaço pois a ponte da comunicação é sólida e segura.
Em nossa verborragia sentimental, declinamos sinceramente das pompas e circunstâncias.
Minha tentativa desesperada em ser elegante resvala em minha lógica cartesiana, que ama as retas
e reverencia as curvas...
Então, estamos combinados. Nessa placidez genérica provida por gestos humanos e, quase tão naturais
como as estações do ano. Estamos em pleno verão, e as chuvas lavam nossos espíritos que secam à revelia
de nosso consentimento.
Precisamos nos antecipar quase sempre sobre o clima, sobre a política e, o pior, os desastres naturais
que fazem dos seres humanos, os animais mais predadores de todos.