Sursum corda!
Erguei os corações!
Sintam e creiam.
Somente as almas conseguem
erguer valores.
A matéria, em verdade, é apenas espírito.
E, o resto é porosidade.
É finito multiverso.
Nos excessos cruzados
em metabolismo ou dialética.
Meus olhos abertos, por vezes, são cegos.
Os mesmos olhos fechados, por vezes, são plenos.
E, transcendetes enxergam adentro e adelante.
O mundo visível do invisível.
O concreto do absolutamente abstrato.
E, o poço raso de nossas profundas confusões.
Lá, fora no jardim suspenso das Babilônias.
Mil idiomas disputam a semântica
Que virgem, morre casta no recanto da poesia.
Há um coração pulsante no jactar dos vulcões.
Na palavra dita na hora do desespero.
Há um sentido florescente na voz ébria
E, a mão carinhosa do vento, da brisa
Nos faz recordar os vendavais, ciclones e tufões.
Perturba-me essas estações
que pulam do calor para a flor.
E, da flor para frio do inverno.
E na pretensão de se ter o eterno.
Há um beijo imaginário do tempo,
registrado em rugas, vincos
e traços apagados no rosto.
O sorriso é apenas uma suspeita.
O perdão é apenas uma probabilidade.
E, a sabedoria, apenas uma eventualidade.
As certezas nuas passeiam a beira do abismo
A disputar o suicídio da próxima hora.
E quando se jogam em pleno ar desconhecido.
Encontram o eixo da fatalidade.