O fazendeiro possuía inúmeras cabeças... mas não era um ser mitológico, eram cabeças de gado. Sua filha estava lendo Machado de Assis e, apaixonada pelo Alienista. A riqueza de seu pai foi conseguida com suor e sacrifícios, o que fazia dele um homem rústico e distante. Tinha ficado viúvo e criou sua filha praticamente sozinho, não fosse a ajuda de alguns empregados e empregadas. Pairava uma nuvem pesada naquela casa. Afinal, a menina tornara-se moçoila e, logo deveria casar-se e formar família. O sereno em seus cabelos já anunciava o avançado da idade e, a necessidade de passar o posto para a herdeira. O fazendeiro teria que ser muito sábio para escolher o futuro marido de sua filha. Se não fosse a emancipação feminina, a lhe atrapalhar os planos. A mais famosa metonímia foi a enumeração de Churchill que foi "suor, sangue e lágrimas", quando sintetizou a grave crise que vivenciava por causa da guerra. Enfim, novamente, o fazendeiro teria que enfrentar os fatos (tal qual Churchill), e respeitar sua filha como ser humano, dotado de dignidade e capacidade de decisão... Enfim, novos tempos, novas famílias e novos valores sempre florescem no arrabalde.Lembremos que a Constituição brasileira de 1988, definitivamente, reconheceu e afirmou a igualdade de direitos entre homens e mulheres,apesar de ainda existir comportamentos retrógrados. A pretensa supremacia masculina já não conta mais com o amparo da lei.