Cansada do trabalho e, depois de enfrentar um trânsito infernal, decido e celebro o fim da labuta com um belo trago de conhaque. Por causa de meu peso santo, cobro-me, constantemente, cumprir a dieta. Afinal, pretendo emagrecer. Mas, meu apetite insaciável me faz comer mais ainda, sem dar cabo dessa fome avassaladora. É como uma traça que corrói os livros, compulsivamente, sem contudo, entender suas preciosas mensagens. Enquanto sinto minha ansiedade feudal, lembro-me que lá fora há uma guerra que mata inocentes e, poupa os culpados. Preciso de mais um trago para engolir essa dura realidade e, aplacar minha miúda consciência. Recupero o ano, só em tentar silenciar sobre os fatos. Transito num mundo absurdo. O incomensurável valor que perdemos com as guerras jamais será recuperado. Enfim, o homem é o lobo do próprio homem.