A maioria dos médicos e psiquiatras do munco confessam que a humanidade contemporânea é neurótica, frustrada ou esquizofrênica. Há estatísticas pavorosas a respeito dessa calamidade que aflige o homem civilizado de nossos dias. Há igualmente outro diagnóstico que é a falta de consciência de unidade. Pois o homem moderno é hipertrofiado na sua diversidade (ego), atrofiando na sua unidade (Eu), é a consequência da descosmificação do homem.
O homem frustrado sente-se, relamente, como que desintegrado interiormente, o que produz neste um senso de profunda infelicidade. Em derradeira análise, toda felicidade provém de consciência de coesão e integridade. O homem é infeliz porque perdeu consciência de sua inteireza e unidade, pode ser uma personalidade, uma persona (máscara), mas deixou de ser uma individualidade, um ser indiviso em si mesmo. Unidade, integridade e felicidade são sinônimos. Os homens excessivamente frustrados acabam em esquizofrenia. A palavra esquizofrenia, quer dizer em grego, mente partida.
Assim, o seu conteúdo mental é fragmentado, sendo um homem desunido e descosmificado. Onde não há realização existencial, há necessariamente uma frustração existencial, que é o principal motivo da infelicidade de milhares de homens. O homem que deixou de ser cosmos pela unidade acaba, cedo ou tarde, num caos pela desunião consigo mesmo. As leis que regem o universo sideral regem também o universo do homem. Krishna, na Bhagavad Gita, afirma que o ego é o pior inimo do Eu, mas que o Eu é o maior amigo do ego.
Obedecer as leis da natureza humana é produzir harmonia e felicidade, desobedecer-lhes traduz o caos e a infelicidade. É sabido que os átomos e astros se movem em elipses bicêntricas e não existe em todo universo um único círculo unicêntrico. Até a eletricidade só se manifesta como luz, calor e força e, é graças à sua bipolaridade positiva e negativa. Toda a vida superior da terra está baseada na bipolaridade de elementos.
A ciência tem por objeto de estudo as leis da natureza externa. A sabedoria ou filosofia visa ao conhecimento e à realização do homem interno. E, a ciência é cosmo-cêntrica, após que a filosofia é antropocêntrica.
Eis que o aperfeiçoamento do Eu ou alma humana é o fim supremo da vida, e essa realização se faz através do ego, cujos elementos são o corpo, a mente e as emoções. O homem perfeito e o homem cósmico ou universificado que estabeleceu perfeito equilibrio e harmonia entre os dois polos interno e externo. É este o fim supremo de toda educação verdadeira.