A curiosa fábula do sapo e do escorpião é de autoria desconhecida, apesar de ser uma das mais populares. Eivada de uma visão pessimista da natureza humana, pois afirma que, por mais autodestrutiva que seja, ela não pode ser mudada. Assim, a fábula nos leva à reflexão. E, a mensagem não traz o desfecho da narrativa, pois requer do leitor questionamento e observação.
Nas margens de um rio bonito estava um sapo. Eis que ele precisava chegar justamente à margem oposta. Enquanto se preparava para entrar na água, chegou um escorpião. Ele também desejava chegar à outra margem, mas não podia fazê-lo, pois os escorpiões não sabem nadar. E, a contragosto percebeu que o sapo seria sua única chance de chegar ao outro lado do rio.
O escorpião então, pediu ao sapo para ajudá-lo e propôs:- Deixa-me subir nas tuas costas e transporta-me até a outra margem do rio. Afinal, és grande o suficiente e não te cansarás. O sapo, ressabiado, por conhecer a potência do veneno do ferrão do escorpião, logo respondeu: - Nas minhas costas? Enlouqueceste? Tenho medo de teu veneno fatal!
Então, o escorpião retrucou: - Estás enganado em ter tanto medo de mim. Afinal, só desejo apenas atravessar o rio e, é de meu interesse que vc fique vivo durante a travessia, pois se eu lhe ferroar, morreremos os dois, posto que não saiba nadar. E, com tal lógica, o escorpião convenceu o sapo.
E, então subiu em suas costas. E, o sapo entrou na água e foi carregando o escorpião e, então, começou a nadar à vontade no rio. Quando já tinha chegado bem no meio do rei, no ponto exato onde era mais forte a correnteza e maior o esforço do sapo, o escorpião eriçou o rabo e enterrou o ferrão com toda força no sapo. E, o sapo então, perguntou-lhe: - Por que fizeste isso? Não enxerga que ambos morreremos. Eu envenenado e, tu afogado. Então, o escorpião, já se afogando, disse: - Porque eu sou um escorpião, e esta é minha natureza.