No trampolim da realidade,
mergulhe em poesia.
Passeie no lirismo bastardo das calçadas.
Vigie a rima próxima.
Visceral.
Visite a simples alegria.
E, veja como a vida é próspera.
Riqueza nas palavras.
Nos dialetos, nada é obsoleto.
Fique imersível em poesia.
Como se fosse em vinha d'alhos.
Amaciando a existência.
Batizando a esperança.
Reidratando-se.
Na lágrima, uma gota salvadora.
O orvalho, um alento.
Resgatando a umidade e o vento
No fundo, a poesia é algo virulento.
No fundo a imersão é ressurgimento da essência
massacrada pelas agruras.
Dormente entre sombras e figuras.
Pelas figuras de convivência.
Trazendo luz para passagens obscuras.
Fiat Lux.
A poesia imersível
está no olhar contemplativo.
Só assim tudo se torna inteligível.
E plenamente possível.