Metáfora azul
Havia um trem azul.
Um infinito incendiário.
Havia nuvens repletas de silêncio.
Somente você adornava o momento.
Naquele balneário
repleto de semântica e
sentimentos envelhecidos.
Sob o canto dos pássaros.
A cotovia nostálgica.
E, uma gota de gim
naquela Coca-Cola.
Aquele bolero...
Dois para lá...
Dois para cá...
Uma matemática romântica
sem geometria.
E, com muito trigonometria.
Ângulos retos e obtusos.
E, uma aresta de luz
sobre seus olhos
faziam refletir seus cílios
sobre o verde de seus olhos.
Não havia palavras.
Nao havia fonemas.
Nem confissões.
Os espartilhos apertavam a alma.
O coração açodado
corria para disfarçar...
O que foi amor um dia?
O que foi afeto para sempre?
O que foi,
não é mais,
nem será...
Tudo é tão transitório.
Transmetafísico...
Suas mãos suavam...
E, tremiam em gesticular
um discurso em que não acreditava.
Por que o desamor?
Por que desatar os nós?
Por que existe o cais, se
há a imensidão do mar?
Azul.
Intenso
Infinito.
Esse era meu bilhete.
Azul, da caneta bic.
Intenso, a letra firme no papel.
E, infinito...
metade das palavras confessavam
o que não expressava...
Era um enigma.
Um paradoxo.
Ou apenas mais uma metáfora.
Da vida humana.
Mais uma simples e reles
metáfora azul.
Cianótica de realidade.