Era trivial os adágios sábios da minha avó cujo apelido é Sissi... E, nascera no dia 13 de maio, dia da libertação dos escravos, da Lei Áurea, pontanto, meus bisavós desejavam dar-lhe o nome de Isabel... Mas, meu avô protestou e colocou na filha, a primogênita, de Iracilda. Era mulher de personalidade forte e nunca esmoreceu. Morreu igual Tibiriçá e Ubirajara como guerreiros morreram de pé. Iracilda aquela que tende a ser mãe do mel, o que revelava a sua índole trabalhadora e esforçada tal qual as abelhas. Num dia de vaticínios, muito comum a minha avó... ela afirmou "coração é terra que ninguém passeia". Enfim, eis o terreno do insondável. Origem dos sentimentos, de afetos e amores e sede de nossa alma... há ainda os que acreditam que os olhos são as janelas da alma... Mas, minha avó alertava, cuidado com os dissimulados, os que fingem tão bem que enganam até a si mesmos. Provavelmente, jamais conheceremos inteiramente a essência humana, particularmente, aquela sediada no coração. Por vezes, as palavras do coração nos resgatam e salvam, outras vezes, nos traem e nos amaldiçoam... O coração se expressa por meio de instintos e do inconsciente. Atos falhos revelam muito... mais até do que pretendiam os atores. As palavras mais sinceras são as ditas pelo coração... sem o rigor da razão, sem a precisão da lógica, nem o espírito da metafísica. Nosso corpo morrerá um dia, mas jamais nosso coração. Enterrem meu coração na curva do rio, pois lá a água acaricia a terra e, segue deixando seu legado de vida e esperança.