E, a compreensão da sociedade humana em relação as mulheres e mães continuam rodeadas de intensa culpabilização, determinismos, religiões e autonomia restrita delas na decisão de ser ou não mães.
Outro aspecto histórico relevante é que desde muitos séculos, a fecundidade é reconhecida como benção divina, ao passo que a infertilidade é tida como castigo. Em certos períodos históricos, a prociação tornou-se essencialmente relevante, quando, por exemplo, no século XVI, quando veio a peste negra que dizimou praticamente um terço de toda população europeia. E, nesses tempos, a representação social da maternidade, apontou a relevância das famílias dotadas de grande prole.
Observa-se também que sociologicamente a maternidade que antes cumpria meramente uma função biológica, passou a cumprir uma função social. Não obstante, haver o discurso que apontava que nobres e ricas e burguesas continuavam a confiar seus filhos e filhas às amas mercenárias o que perdurou até o fim do século XIX.
Em verdade, o amor materno é algo recente e, mesmo, atualmente, os papéis sociais contemporâneos transitam por profundas altrações em suas constituições, resultado de mudanças ideológicas, econômicas, políticas e sociais que tanto interferem e influenciam significativamente nos modelos familiares.
Há sérias pesquisas que apontam para a redução sensível na taxa de natalidade, inclusive, entre brasileiras. Sobre o amor materno recomendo a leitura de meu artigo, intitulado "Em busca da definição do amor materno", no link: https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/em-busca-da-definicao-do amor-materno.