A Terra do Nunca era situada numa ilha fictícia, onde as crianças nunca crescem e, apenas brincam. Eram crianças sem afetos e que foram abandonadas por seus pais ou responsáveis. Mais tarde, no mundo real se tornariam adultos infantilizados e que são incapazes de assumir responsabilidades.
Apesar de todos os perigos do mundo mágico governado por um infante, há ameaças reais e contundentes. Surge, então, a figura materna de Wendy que tanto ajuda na administração da Terra do Nunca e, ainda, faz a ponte conectiva entre o real e o imaginário.
Por outro lado, havia o Capitão Gancho que representa a ameaça paterna com sua peculiar ambição de domínio e poder sobre todos. O crocodilo que engoliu a mão de Gancho também deglutiu seu relógio, por isso, sua barriga fazia “tic-tac”. Eis, a melhor metáfora do tempo que a todos devora indistintamente. Infelizmente, para se obter a eterna juventude, tem-se que seguir o reto caminho solitário das ilusões.
No fundo, precisamos bem mais de Wendys do que de Peter Pans, pois devemos nos preparar diariamente para o confronto com a realidade, sem, contudo, perder a imaginação criativa.