Fechei a porta.
Fechei os punhos.
Olhei para tudo ao redor.
Havia um deserto e um silêncio.
Cúmplices e narravam tudo
entristecidos e nem as lágrimas
regavam o momento.
Queria entender
quando foi que tudo feneceu.
Quando foi que eu parti.
Que desintegrei...
Talvez nunca saiba.
Talvez somente meu inconsciente
consiga decifrar esse enigma.
Lembro de seus olhos...
inchados..
E a voz embargada dizer adeus...
E, deixar reticências perdidas
pelo chão da sala.
No quarto a cama parecia infinita.
A maciez do colchão
parecia areia movediça.
E, sua voz nas últimas palavras
pareciam fonemas míticos.
Deixava minha audição cativa.
Tranquei a porta.
Contei o número de voltas.
Ajeitei o tapete.
tirei os sapatos...
E deitei, seguida,
como se dormir
fosse morrer.
Dormi profundamente.
Certa que amanhã,
tudo seria diferente.
Você não estaria mais diante de
meus olhos,
nem perto de minha alma.
Passarei a lhe adorar
pelo avesso.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/06/2021