Convidei você para dançar um bolero
Era a equidade em dinâmica
Dois para cá, Dois para lá
Havia doação e concessão
Recíprocas e harmônicas.
As palavras melosas de amor
O carinho de sua mão suada
inundava minha imaginação.
Minha cabeça rodava no compasso
de tuas palavras doces.
E sua mão firme na minha cintura
Guiava-me no salão,
desfilando os passos
quase em um tango.
Havia uma tragédia intrínseca
em tudo...
Tanto amor,
tanto segredo
Olhar furtivo.
Cartas escritas e perfumadas
a definhar palavras
com o conhaque
que queimava
ao descer a garganta
Nosso amor impossível.
Despedimo-nos.
Discretamente
Com breve aceno.
E, uma lágrima no canto
do olho.
O olho que nada vê.
Vê nas aparências o
que apenas deseja ver...
Ainda que nada exista...
Sentimentos ecoavam aos ventos.
Despedia-se no outono de
cada um de nós.
Era apenas mais um
bolero para dois
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/06/2021