Hoje o fardo pesado
sobre meu corpo
Esmaga minha alma ao chão...
sinto sua falta
E, ainda me lembro de seu último miado
uma despedida melancólica
meu deus...
o violino geme em agudos,
o contrabaixo toca a dor dramática
e o piano ressentido
traz os sustenidos da vida.
Hoje o fardo pesado
sobre meu corpo
esmaga minha esperança
e o oxigênio nos pulmões
quase explode.
Ideias combustíveis
dinamizam o tempo.
O relógio me olha cansado
Os ponteiros mostram
a face com rugas,
registros
e vestígios.
O espelho não me reconhece.
Encontrar-me no beco
que dá para o abismo...
Não há saída.
Todas as palavras foram ditas
Todas as esperanças feneceram
As questões não importam.
As respostas não atendem
A necessidade urgente de sobreviver
A cada luto
A cada óbito
O óbvio: todos vamos morrem
Tudo é passageiro.
Tudo é efêmero...
E, nossa minúscula existência
pode ser apenas uma
excrescência...
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 15/05/2021