De repente, o riso acabou. Da luz vieram as trevas E do silêncio, a ausência.Mas, a quem amamos não existe finitude, ou morte ou desaparecimento. Ficam encantadas, habitando nossas memórias, nossos corações, nossa consciência... Nos deixam heranças, rastros e vestígios que servem para afirmar o que somos. O que somos? O animal mais frágil e poderoso do planeta. De infância longa, de hormônios esfervescentes e, principalmente, movidos pela dinâmica do afeto. O afeto como uma varinha mágica transforma tudo em que toca. O coração de pedra, o solitário, o abandonado e, até os descrentes e ateus.... O afeto é uma forma de que Deus inventou para que fosse possível perpetuar a espécie, perpetuar os laços quase tão invisíveis quanto o vírtus. Mas, são capazes de infectar toda nossa alma e, nos traduzir como forma de arte, de literatura, de educação, ou mero bilhete escrito num arremedo inconsciente de vaidade. O riso e suas lições críticas (e engraçadas) jamais serão esquecidos nessa minha jornada, afinal, só passarei por aqui uma só vez, e nenhuma nova jornada será igual. Tudo é tão inédito quanto a tristeza que se extrai da comédia. Como o riso que se extrai da tragédia. Que é perceber que estamos ficando sozinhos, acompanhados apenas da sombra alentadora das memórias.