Turbilhão de flores, pólens e as folhas caindo lentamente porque é outono. Turbilhão de vidas lá fora. E o vento soprando uivos monossilábicos...Como se fosse lobo mirando a lua. Todos merecem a vida. Todos querem sobreviver. Com dignidade e esperança. Dois artigos luxuosos cada vez mais raros. Faltam vacinas, medicamentos para intubação, leitos de UTI, hospitais lotados na ordem de mais de noventa por cento. E, caos baila diante de nossos olhos incrédulos... Falta um nacional planejamento para a vacinação. Falta homogeneidade nos discursos e práticas... Um diz é essencial usar máscaras e manter o isolamento social. Outro diz, o contrário, não vamos ajudar o Brasil ficando em casa. O que fazer, então? Eis o paradoxo. A política naufraga igual Titanic no iceberg da indiferença e da falta de empatia... A pátria amada é abandonada doente e, por vezes, faminta. A população se amontoa nos transportes públicos. E, as necessidades mais básicas são simplesmente esquecidas. Queria que hoje, no dia da mentira. Tudo isto, que ora narro, fosse uma grande lorota. Uma brincadeira. Que não temos um Presidente a falar publicamente aleivosias e a tropeçar constantemente no tapete da etiqueta. Liturgia, não deve conhecer, nem em culto religioso. Custa a crer que seja pio em uma entidade religiosa, um Deus, um santo ou mero anjo. Custa a crer, que durma com tranquilidade de alma e consciência limpa. Mais de trezentos mil mortos pela doença. Os sistemas de saúde público e privado colapsado... e, ainda defender sem menor base científica, cloroquina e outros fármacos... Meu Deus! Quando vamos reagir à altura da gravidade dos atos praticados? Quando vamos deixar de ser o pacífico e cordial cidadão que aceita tudo obedientemente?... sem protestar, sem reclamar, sem exigir seus direitos... Talvez nunca. Mas, fica aqui o meu desabafo: o Turbilhão S.A. instaurado e os principais acionistas brincando de "dança das cadeiras"... Misericórdia! Queria que toda essa tragédia fosse uma mentira ou um chiste. E, voltássemos no túnel do tempo, e fizéssemos tudo, absolutamente tudo diferente. Meu consolo é que o julgamento da história é inexorável. E, não cabem recursos.