Os olhos em desespero.
Arregalados.
Exoftalmicos,
saltavam como pimentas mexicanas
Os olhos gritavam
e, as palavras silenciavam,
todas na saliva ressecada
bem no canto do lábio
Poderia gritar.
Mas, não havia voz.
Poderia ter agitado os braços.
Mas, estavam embalsamados
Rentes ao corpo
Como se despedissem dele.
A imagem plasmada
contaminava tudo...
era um vírus penetrando
a consciência
e, emitindo sinais
de timbre agudo e firme.
O infinito sentado ali
no horizonte
balançava as pernas,
ou lixava as unhas
num gesto de vaidade
e ironia.
Somos provisórios.
Somos passageiros.
Antes, somos quimera,
depois, somos
apenas lembranças
De um corpo
em alegria,
em êxtase
ou pura esperança.
O fim é certo.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/03/2021