Ainda .na escola, escolhia aquela carteira que ficava grudada na parede sozinha, sem haver o par composto pelas carteiras no centro da sala. Mesmo com as professoras, só falava apenas o necessário. Certa vez, a professora chamou minha mãe. Que coitada, veio toda preocupada, achando que eu havia feito algo errado. Nesse momento, a mestre elogiou meu desempenho escolar, mas começou a informar que eu não gostava do recreio, nem interagir com demais crianças. Adorava a biblioteca, mas era visível que não tinha apreço pelas pessoas. Minha mãe, preocupada, perguntou o que poderia fazer, para melhorar a situação. Então, a mestra atalhou: - Leva no psicólogo e forneceu os dados para contato. Logo na semana seguinte fui levada a ele, era um sujeito magro, alto e meio calvo. Tinha um ar engraçado e, olhos esbugalhados. Como se quisesse ver toda a realidade de uma só vez. Pediu para desenhar e descrever minha rotina. Atendi prontamente. E, assim, o psicólogo disse-me: - que eu não igual as outras crianças. cocei a cabeça, olhei para os lados e, afirmei com ar desanimado: - sei, mas vamos fingir que é segredo! Ele riu. E, chamou minha mãe e a tranquilizou, afirmando que era normal, mas com índole antissocial. Com tempo, isso melhora. Aliviada minha mãe pegou delicadamente minha mãe e, me inquiriu: - Por que não gosta do recreio? Respondi capisbaixa que antes o pátio estava limpo e cheiroso e com recreio virava um lixo fedido. Depois, tem umas brincadeiras que eu não gosto como dar rasteira, pique esconde e peteleco na orelha. Por isso, prefiro a biblioteca pois, era silencioso e tinha um monte de livro para folhear. Minha mãe riu e recordou que quando criança era assim... Salvei-me pela Santa genética.