metades plantadas
Metade da lua me diz
que existe mel
Metade da estrela
me garante alguma luz
Metade do verão,
esse sol inteiro esquentar-me as faces
Metade do caminho,
é passo solitário
É hesitação
Metade do abismo, é perdição
É labirintite.
Metade é desejo
A outra metade
é esperança
Metade de flor é pétala
Metade de emoção é lágrima
Metade desse horizonte
É manhã brotando
Chorando pelas beiradas do mundo
Metade de mim é romântica
A outra metade é prática
Unir essas duas metades
Que não se conhecem
É apresentar a poesia à realidade
Essa magia em o preto-e-branco
é ritual soturno,
metade de um segredo
é assobio, é aboio
metade de uma música
é melodia
metade de palavra
é sílaba
e, menos ainda,
é fonema
é o gemido do significado
latente em nós...
é o infinito dos valores
plantados por nossa história.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 31/10/2007
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