"O conhecimento é o mais potente dos afetos: somente ele é capaz de induzir o ser humano a modificar sua realidade." Friedrich Nietzsche (1844?1900).
 

Professora Gisele Leite

Diálogos jurídicos & poéticos

Textos


O sol irrompeu em meio as nuvens ciganas e lançou meu olhar por cima do rio. As águas estavam turvas e inertes e, a boca do mar abria-se generosamente e, engolia lentamente o pântano. Essa senhora era a sensibilidade, tinha os sentidos à flor da pele, rente ao momento presente e, tinha o conforto de ter esperança quando nada de bom está por vir... Eleonora olhava o mesmo cenário, e já calculava o calor e as nuvens peregrinas que não prometiam chuva. Essa era a senhora racionalidade, ou simplesmente, razão. Calculava tudo e, tinha a estratégia na ponta da língua. Utilizava palavras exatas no momento oportuno e, ainda, desvendava enigmas, todavia esquecendo de ter esperanças. Eram duas irmãs completamente opostas, Marianne que era toda sensível e delicadíssima e, Eleonora que era seca, econômica em palavras, mas não em pensamentos sempre regados com  métodos infalíveis para sobreviver da melhor forma possível. Marianne tinha ficado noiva de seu primo mais velho, chamado Euzébio, garboso e meio obeso como convém aos espanhóis galfarros... Já Eleonora não pensava em noivar...o seu único namorado tinha havido quando tinha quinze anos e, agora que já tinha vinte... tornara-se muito seletiva, e os que lhes foram apresentados, não lhes convinha... Eleonora era cativa de sua verve solitária, e gostava da liberdade maior que gozava.  Eleonora era a filha mais velha, a "capitã da nau", como dizia sua avó. E, Marianne era a flôr mais delicada do mundo, mesmo um vento saliente poderia desfeitiá-la.  Na varanda, numa tarde de primavera uma admirava o sol, e a outra pensava nas consequências do sol. Uma adorava galopar e trotar os cavalos, e sentir-se parte daquela natureza infinita. Outra regava as flores dos jardins, conversava com elas e, até lhe confindenciava que queria que irmã conhece um amor ou uma paixão, por mais breve que fosse... A sensibilidade queria domar a razão e, a razão. por sua vez. queria triunfar sobre a sensibilidade.  Veio a  maturidade que apenas lecionou que ambas são complementares e totalmente indispensáveis.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/01/2021
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